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Caravana do açaí leva escala de maturidade para empreendimentos comunitários próximos à Belém

Ferramenta do Instituto Terroá permite a avaliação do atual cenário do negócio e contribui para apontar caminhos para a sustentabilidade.

28 de junho de 2023

Em visita a quatro empreendimentos comunitários que comercializam açaí e demais produtos da sociobiodiversidade, a equipe do Instituto Terroá aplicou a “Escala de Maturidade para empreendimentos da cadeia de valor da sociobiodiversidade”, tecnologia social que auxilia na gestão e fortalecimento de empreendimentos comunitários que atuam com produtos da sociobioeconomia. 

Além disso, a Caravana do Açaí foi uma oportunidade de aproximação entre a rede setorial multiatores Diálogos Pró-Açaí e os empreendimentos visitados, por meio da presença de membros da secretaria executiva (coordenada pelo Instituto Terroá) junto às organizações sociais comunitárias de Mocajuba, Santo Antônio do Tauá e Abaetetuba.

A Escala é uma ferramenta de diagnóstico do Instituto Terroá que olha para cada um dos elos das cadeias da sociobiodiversidade de forma sistêmica. Por meio dela, é possível identificar gargalos em nove diferentes dimensões, desde as etapas de produção até a comercialização, incorporando inclusive aspectos administrativos, de sustentabilidade e de parcerias do empreendimento, entre outros. Para além de identificar um percentual que representa o nível de maturidade, é possível observar com clareza desafios e gargalos, bem como propor ações mais concretas e focadas para o empreendimento.

Essa foi a segunda etapa da Caravana, que iniciou no Marajó em 2022. Dessa vez, as ações contemplaram a Cooperativa de Frutos do Baixo Tocantins (COOFBAT),  Cooperativa Agrícola dos Empreendedores Populares de Igarapé-Miri (CAEPIM), Cooperativa Mista Agroextrativista de Santo Antônio do Tauá (CAMTAUÁ) e Cooperativa dos Fruticultores de Abaetetuba (COFRUTA). 

“A CAMTAUÁ, por exemplo, ainda não trabalha diretamente com a cadeia de valor do açaí, mas planeja a médio prazo estruturar essa cadeia para comercialização. Já a COFRUTA está avançada nas etapas de beneficiamento do açaí; ainda assim, existem vários quesitos identificados na escala que podem ser melhorados. A COOFBAT foi recém-criada com o apoio da Frooty, estabelecendo, até o momento, relação comercial exclusiva, enquanto a CAEPIM é uma cooperativa referência no quesito de organização social, e já estão avançados em vários aspectos relativos à sustentabilidade”, comenta Caroline Fontolan, assistente de projetos do Instituto Terroá.

Cada cooperativa visitada receberá o relatório completo da ferramenta aplicada, que será validado com os seus dirigentes, o que trará subsídios para alavancar as potencialidades desses empreendimentos, para prospectar novos projetos e parcerias, associado às particularidades de cada território em que estão inseridos. As cooperativas também foram convidadas a fazerem parte do Diálogos para que componham as discussões e apresentem suas expectativas, desafios e avanços no trabalho com a cadeia de valor do açaí.

A aplicação desta ferramenta em cooperativas produtoras de açaí e demais produtos da sociobiodiversidade no estado do Pará se conecta a um objetivo maior a médio e longo prazo, que é o de, por meio do fortalecimento das organizações de base e dos empreendimentos comunitários, impulsionar o desenvolvimento sustentável nos territórios onde se e encontram, criando oportunidades para o desenvolvimento autônomo dos grupos em questão e favorecendo parcerias estratégicas que invistam capital financeiro e humano para a realização dos planos de vida e para a promoção do bem-viver das comunidades.

Caravana

Esta ação, implementada pelo Instituto Terroá, conta com o suporte do projeto Bioeconomia e Cadeias de Valor, desenvolvido no âmbito da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, com apoio do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha.